sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Rosas pálidas

Ó anémicas! Ó pálidas!
Ausentou-se o sangue
das vossas veias delicadas…
Ó sombras vagas
duma vida exangue!
Ó virgens aladas!…

Nunca pôde encantar-me essa candura
da vossa serena
brancura.
E jamais eu tive
um amplexo de amor
em que no meu peito
se esmagasse
a vossa carne de chorosa Madalena
sem gritos e sem cor…

Ó flébeis, doentias!
– O meu olhar procura a ardência
forte e colorida
das vossas irmãs
rubras e sadias!

A vida é beijada pelo sol
e ungida pela dor!

Deixai que o sol fecunde o vosso seio…
e que o vento vos beije
em convulsões brutais
em convulsões pagãs!
A luxúria, ó pálidas irmãs,
é a maior força da vida!
Sensualizai pois! a vossa carne
arrefecida…
Ó brancas, imaculadas!
Ó virgens inúteis
e decepadas…

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