quarta-feira, 15 de julho de 2009

Procura-se uma rosa




A rosa de que preciso
é flor nativa de mim.
Eu quero a rosa precisa
princípio
meio e fim.

A rosa de que preciso,
não a rosa dos poetas...
Mas a rosa imponderável
dos loucos
e dos profetas.

A rosa de que preciso,
não das mãos dos jardineiros...
Quero a rosa padecida
das feridas
dos romeiros.

A rosa de que preciso
vem do olhar dos passarinhos.
A rosa para ser rosa
não precisa
dos espinhos.

Eu quero a rosa votiva
dos vitrais e reposteiros
entre preces conspirada
no conluio
dos mosteiros.

A rosa de que preciso
não é a rosa-dos-ventos...
Quero a rosa irresoluta
biruta
dos cata-ventos...

A rosa de que preciso
vem de abismos e desertos
como a palavra perdida
reencontrada
em meus afectos.

Às vezes mais que loucura!
Às vezes mais que razão...
A rosa de que preciso
é amor
mais que paixão...


3 comentários:

Delfim Peixoto disse...

Talvez essa rosa dos desertos já esteja e nunca tenha saído do teu jardim, do teu coração... sinto eu... mas é só o que sinto!
Mas se for o caso, podes não ter a rosa, mas tens o seu perfume...
Bjnhs a tia e a essa rosa que tu queres

Maria Emília disse...

Cara amiga,
De tantas roas que tem à mão, logo vai escolher a mais dif´´icil de encontrar.
O poema é belissimo. Pena que seja lido por tão poucas pessoas. Mas a decisão é sua. Se não visitar os blogues dos outros eles não vão saber que o seu existe. É pena.
Um beijinho,
Maria Emília

rosa disse...

Maria Emília e Delfim;

Concordo que este poema é muito bonito, concordo com o pensamento do Delfim.

Procuramos tantas vezes uma " rosa" especial e única e marcante...a rosa simplesmente.


Beijos de paz para os dois